quarta-feira, 22 de abril de 2009

Pedido

Se eu rogar baixinho
rente ao travesseiro,
tu virias
como um ser alado
invadir meus sonhos
e roubar-me um beijo?

Porto

A calma do teu olhar
Vem, e transforma o dia
No turbilhão desse mar
Tua voz, farol que guia

quinta-feira, 9 de abril de 2009

Espera..

"Calma!", diz o amigo...
Se a solidão te espera,conforme canta o poeta,
Deixa a sofrer na hora certa...
Debate com tua consciência
Põe o coração em afago
Se tua falta ninguém sente
É porque faltas em outro espaço

Prefiro

Prefiro assim:
Um sentimento calado
que paixão desvaria,
emoção doentia,
coração apertado.

E é no alto da euforia
Que o sussurro denuncia
A grandeza de todo ato.

No meu gesto discreto
Revelo o privilégio:
Você,
do meu lado...

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Separação

Escrevo pois pesam-me os ombros
Escrevo pela covardia dos lábios
Escrevo pela luta dos meus olhos
A procurar em vão conselhos sábios

Se nessa peleja contigo faço
O que em mim não tenho traço
Sonhos e desejos como temível nuvem
Em lágrimas e soluços desfaço

Envelheço

Para quem o brilho dos meus olhos?
A quem oferecer o viço dos cabelos?
A quem dar o frágil sorriso melancólico?
Se já me canso de mirar o espelho...

A cada dia perco a flor que tenho
Pétala a pétala arranca o vento
Qual carne já sem alma
Qual dia meu sem alento

Poema

Poema
é aquilo que eu não disse
quando você não pensou
no que seu par sentiu
quando a sua porta fechou

Cultivo

Que devo de mim?
Se não brotar feito terra,
deixar o grão saltar d'alma,
fazer a luz se pôr
e molhar seus olhos com minha doce água?